uma história que ilumina a pauta da baixa visão
Anne Sullivan Macy (1866-1936) foi uma mulher de genialidade, paixão e determinação, capaz de superar um passado traumático e se tornar pioneira na educação de pessoas com deficiência visual. Conhecida como a “trabalhadora dos milagres”, sua vida é lembrada como inspiração até hoje.
Retrato de busto de Anne Sullivan, por volta de 1894. Nesta imagem, Anne olha para a câmera com um leve sorriso. Sua cabeça está inclinada um pouco para a direita. Uma longa e grossa trança de cabelo parece enrolada no topo da cabeça, enquanto mechas encaracoladas emolduram seu rosto. Seu vestido claro tem um decote largo com bordado de renda. Uma rosa está presa à sua roupa.
Apesar da fama conquistada pelo trabalho com Helen Keller, a trajetória pessoal de Anne ainda é pouco conhecida. Após se casar com John Albert Macy em 1905, ela chegou a queimar seus diários, receosa de ser julgada pelo marido. Mesmo assim, parte de suas cartas e escritos foram preservados.
Hoje, esses materiais podem ser encontrados no Arquivo Helen Keller da American Foundation for the Blind, na Perkins School for the Blind e na American Antiquarian Society, servindo como testemunho de sua força e pensamento inovador.
O encontro de Anne com Helen Keller, em 1887, transformou-se no marco da educação para crianças cegas e surdocegas. Seu método unia disciplina, adaptação e atenção às necessidades individuais.
Foi ela quem ensinou Helen a se comunicar a partir do famoso episódio da palavra “água” soletrada em sua mão — não como um milagre isolado, mas como fruto de paciência e observação cuidadosa.
Anne Sullivan não foi apenas “a professora de Helen Keller”. Foi uma mulher que transformou sua própria limitação em ferramenta de inclusão e deixou um legado que continua iluminando o trabalho de quem educa pessoas com deficiência visual.
“Por natureza ela era uma idealizadora, uma desbravadora, uma peregrina em busca da plenitude da vida. Assim, dia após dia, ela se dedicou a me oferecer uma dicção e uma voz suficientes para o meu serviço aos cegos.”
— Helen Keller